LUIZ AQUILA NA VALU ORIA GALERIA DE ARTE EM SÃO PAULO*

        Luiz Aquila traz para a Galeria Valu Oria a sua produção recente, de 2004 a 2006. Depois de oito anos sem expor em São Paulo, o artista carioca vai apresentar ao público catorze pinturas e cinco desenhos. Entre as telas, doze apontam o processo de mudança que vem ocorrendo em sua obra nos últimos cinco anos - coerente para um artista reconhecido por criar uma obra em permanente construção. As outras duas telas presentes na mostra, anteriores a este período, são referenciais para que se perceba esta transformação.

Foto: Reprodução
Luiz Aquila
A pintura e sua construção
2004

        “Luiz Aquila busca a junção impossível entre cor e desenho. Usa tintas para deixar o rastro dos gestos superpostos em camadas. Porém, pratica pintura como disciplina intelectual de busca das formas. O choque entre os dois movimentos alimenta a sua produção”, escreve Felipe Chaimovich, no catálogo da exposição.

        Se antes, Aquila, com pinceladas de largos gestos trabalhava a superfície da tela em uma escala expandida, agora ele trava um diálogo mais delicado entre a tinta, os planos de cor e a forma, que resulta na composição de múltiplos fatos visuais. Por isso suas novas pinturas não devem ser apreciadas de uma só visada, demandam um certo tempo do espectador para captar o estado de “atenção passeante”, pelo qual o artista define sua nova atitude em relação à pintura. “Volta o grão, o grão que se repete, a pequena linha, a emoção delicada e, por meio da reflexão, procuro criar novos espaços de ousadia, mantendo solto o inconsciente”, afirma o artista.

Foto: Reprodução
Luiz Aquila
A pintura com nome
2005

        A série dos Desenhos Celestiais que traz para a galeria foi concebida para uma exposição na Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, em 2005. “A concisão da área de trabalho explicita um fazer limitado pelas margens do campo escolhido, sem transbordar (...) a estrutura revela-se, portanto, na forma externa do suporte, apesar da ausência de rigidez no interior da composição”, explica Chaimovich.

Sobre o artista

        Luiz Aquila (1943, RJ), desde 1965, participou de mais de uma centena de exposições no Brasil e no exterior, destacando-se: 17ª Bienal de Veneza; 8ª Bienal Internacional de São Paulo; retrospectiva no MAM-RJ, em 1992; exposições individuais em São Paulo, no MAC e no MASP (retrospectiva), em 1993; individual no CCBB do Rio de Janeiro, em 1995; e Projeto Luiz Aquila Leste Oeste, em 1998, composto de cinco exposições em diferentes regiões do país; Back in the UK, na 32º Gallery em Londres, em 2002; Pintura e Instalação – Canteiro de Obras, no Paço Imperial RJ, e Antologia de Pinturas e 26 obras sobre papel, no MAC de Niterói, ambas em 2003; e Luiz Aquila no MUMA, em Curitiba, e na Galeria Márcia Barroso do Amaral no Rio de Janeiro, em 2005. O artista ensinou na Universidade de Brasília e também na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ), além de ter sido seu diretor.Como professor, exerceu grande influência na formação de artistas da Geração 80.

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*Fonte: http://www.vitruvius.com.br/noticia/noticia5293.asp