Conjunto Cultural da Caixa (São Paulo) prorroga a exposição Xilo Internacional
Sucesso da mostra motiva a prorrogação.
A exposição poderá ser vista até 26 de
abril.
Uma verdadeira aula sobre a arte da xilogravura contemporânea.
É assim que pode ser considerada a exposição que traz
obras de 54 artistas de 21 países
A gravura em relevo ganha destaque na exposição Xilo
Internacional, inaugurada em 28 de fevereiro estará aberta para visitação
até 26 de abril, na Galeria Nobre do Conjunto Cultural da Caixa, em
São Paulo. Com curadoria de Paulo Cheida Sans, a mostra reúne
120 obras do acervo do Museu Olho Latino, criadas por 54 artistas, representantes
de 21 países.
Para o curador, o acervo tem obras de importantes artistas, que são
considerados referências nesse tipo de arte em toda a parte do mundo.
Para a exposição, em São Paulo, a escolha partiu
para a gravura em relevo e, em especial, a xilogravura. É por isso
que Cheida selecionou obras de reconhecidos gravadores que já mostraram
seus trabalhos no Japão, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha,
entre outros países. "Muitos são professores universitários
na área da gravura e premiados em importantes Bienais", comenta
o curador.
A especificidade da gravura em relevo tem como característica
expor a textura resultante do tipo de matriz escolhida e do modo como foi
trabalhada. A fibra, os nós, o tipo de madeira, o modo em que foi lixada
e preparada, os tipos de cortes da sulcagem, o jeito de imprimi-la levam o
artista a ter inúmeras possibilidades de resultados.
O uso do linóleo como matriz e outros materiais similares também
oferecem diversos recursos como a coloração nítida, uniforme.
Outros materiais também podem ser usados como matriz, como o metal
e o acrílico. "A gravura é considerada uma modalidade que
necessita de muita capacidade e atenção por parte do artista
pois se trata de uma arte de difícil execução",
completa Cheida.
Destaques
Xilo Internacional, que conta com o apoio da Caixa Econômica
Federal, traz destaques como as obras de Olga Blinder, artista paraguaia que
trabalhou com Lívio Abramo, e foi diretora da Escolinha de Arte do
Paraguai, em Assunção, entre 1959 a 1976. Atualmente é
diretora do Instituto Superior de Arte do Paraguai. Ela participa da mostra
com duas gravuras da década de 60, caracterizando o ser humano torturado,
oprimido pelo poder.
Outra gravadora de talento incontestável é Leonilda Gonzalez
(Uruguai). Fundadora do Clube da Gravura de Montevidéu, em 1953, sua
missão em expandir a arte da gravura atingiu os países em que
residiu: México, Equador, Peru, Panamá e Colômbia.
Alejandro Salazar, da Bolívia, que participou da II Bienal do Mercosul,
realizada em Porto Alegre, e Witold Kalinsk, artista polonês, veterano
participante em Bienais de gravura em todo o mundo, também fazem parte
da coletiva mostrada no Conjunto Cultural da Caixa.
Tem brasileiro, sim
Os artistas brasileiros não ficam de fora da mostra que traça
um panorama da xilogravura. Além de Paulo Cheida Sans, participa Celina
Carvalho, artista de Campinas que tem se destacado no interior do Estado também
participa. Ela já expôs em países como Espanha, França
e Panamá, e foi destaque na I Bienal do Esquisito, realizada no final
de 2001, no SESC-Campinas. Celina traz três gravuras em relevo, criadas
com materiais inusitados como matrizes.
Outro artista brasileiro presente é Klaus Karall (alemão
radicado no Brasil, morto em 1995). Ele está representado por duas
gravuras da série São Paulo. Já o mineiro Wallace de
Medeiros participa com uma gravura inspirada em sua cidade, Inconfidentes.
Sua obra narra o cotidiano através de uma visão poética.
"Sua criação representa um conjunto das tradições
e costumes relativos à cultura popular", atesta o curador.
Completando o quadro de brasileiros, estão: Antonio Costella, Marlene
Crespo, Kenichi Kaneko (São Paulo); Cláudia Sperb (Porto Alegre,
RS); Sérgio Lima (Fortaleza, CE); Josafá de Orós (Campina
Grande, PB). Acervo em Campinas
O Museu de Arte Contemporânea Olho Latino, sediado em Campinas,
SP, nasceu em março de 2001 como resultado natural do trabalho desenvolvido
na área cultural pelos artistas plásticos Paulo Cheida Sans
e Celina Carvalho.
O casal doou 400 obras, a maioria gravuras, para a constituição
do Museu. O acervo está sendo mostrado em mostras parciais e Xilo Internacional
é a primeira a ser apresentada em São Paulo.
Xilo Internacional é um mostra que merece ser vista por ser, sem dúvida, uma bela representação da arte da gravura contemporânea.
Os artistas
Adrian Chiacchetti (Argentina), Alfredo Mauderli (Argentina), Alejandra Bagolini
(Argentina), Alejandro Salazar (Bolívia), Ana Cristina Cahiz (Venezuela),
Andrzej Popiel (Polônia), Anthony John Davies (Inglaterra), Antonio
Costella (Brasil), Berta de Bihar (Argentina), Carolina Salinas (Peru), Celina
Carvalho (Brasil), Cláudia Sperb (Brasil), Florencia Podestá
(Argentina), Gabriela Chellew (Venezuela), Gillian Mann (Austrália),
Hilda Paz Levozan (Argentina), Hilde Van Den Heuvel (Bélgica), Hussein
El Gebali (Egito), Iram-Abi (México), Ismail Coban (Alemanha), Jadwiga
Smykowska (Polônia), Jan Baczynski (Polônia), Jindrich Ruzicka
(Rep. Tcheca), Jorge Ara (Peru), Josafá de Oros (Brasil), Julian Stup
(Israel), Klaus Karall (Brasil), Kenichi Kaneko (Brasil), Leonilda Gonzalez
(Uruguai), Marcelo Oscar Aguilar (Argentina), Marlene Crespo (Brasil), Maksymilian
Snoch (Polônia),Michael Müller (Alemanha), Michalek Ondrej (Rep.
Tcheca), Monika Handke (Polônia), Ogawa Kazuei (Japão), Osvaldo
Holm (Argentina), Osvaldo Jalil (Argentina), Olga Blinder (Paraguai), Paulo
Cheida Sans (Brasil), Peter Clarke (África do Sul), Ramiro Ricardo
(Cuba), Raul Cattelani (Uruguai), Raul França (Uruguai), Robert Koch
(Argentina), Richard Yates (Canadá), Sandra La Porta (Argentina), Sérgio
Lima (Brasil), Taika Kinoshita (Japão), Tonia Nicolaidou (Grécia),
Wallace M. de Medeiros (Brasil), Witold Kalinsk (Polônia), Yuko Ichikawa
(Japão), Yuko Higuchi (Japão).
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